quarta-feira, 1 de julho de 2015

Texto de Apoio No 1. 11a classe.



Tema: Aspectos da Ética Individual
Os aspectos da ética individual representam as formas de coexistência com os outros, a saber: Amor, Indiferença, Ódio e Sentimentos.
O Amor
(lat. Amor: afeição, simpatia) é a tendência da sensibilidade susceptível a transportar-nos para um ser ou um objecto reconhecido ou sentido como bom. Ex.: o amor materno, o amor da glória.
Segundo Japiassú (2001: 12) Amor é o sentimento de inclinação e de atracção ligando os homens uns aos outros, à Deus e ao mundo, como também o individuo a si mesmo. O amor é uma emoção da alma causada pelo movimento dos espíritos, levando-a a unir-se voluntariamente aos objectos que lhe parecem ser convenientes (DESCARTES citado por JAPIASSÚ, 2001: 12).
Há vários tipos de amor: o amor familiar (fraterno, filiar, maternal, paternal); o amor à pátria (ligado às grandes causas ou grandes princípios, como o amor à verdade ou à honestidade); o amor à Deus (chamado de amor puro); o amor-próprio traduzido em sentimento de dignidade pessoal e respeito a si (ARANHA & MARTINS, 2000: 143).
As teorias sobre o amor propostas pelos filósofos ao longo do tempo tende a agrupar-se ao redor de duas posições fundamentais:
·         O amor como total unidade e identificação. Nas palavras de Hegel o amor é o sentimento pelo qual dois seres não existem se não em uma unidade perfeita e poe nessa identidade toda a sua alma e o mundo inteiro. Nessa perspectiva, o amor deixa de ser um fenómeno humano para ser fenómeno cósmico (natural) ou princípio de realidade suprema. O amor humano, finito como aspiração de identidade e fusão com o infinito está condenado ao insucesso. Os principais representantes dessa corrente são: Spinoza, Hegel, Feuerbach, Bergson e os românticos (Idem: 143).  
·         O amor como troca reciproca entre dois seres que preservam a individualidade e autonomia. A troca reciproca, é emotivamente controlada de atenções e cuidados, tem por finalidade o bem do outro como se fosse o seu próprio. Na forma feliz desse tipo de amor, há reciprocidade, há união, mas não unidade. Esta corrente é representada por Platão, Aristóteles, S. Tomas, Descartes, Leibniz, Scheler e Russell.
Indiferença
Neste aspecto, o Outro é nisto de acordo com a função que desempenha, onde muitas vezes, pode ser substituído. Em segundo lugar, o Outo não é um Tu, mas um Ele. Este Ele implica uma certa objectiva da pessoa e a redacção da subjectividade à soma da qualidade e função. Portanto, o Outro acaba por ser substituído por uma máquina, uma vez que, o “Ele” significa uma ausência em relação a mim, isto é, o Ele é como se não existisse.
Ódio
É a negação ou a rejeição do Outro enquanto sujeito. O ódio é a rejeição da subjectividade do outro. No entanto, neste aspecto é necessário que o outro exista, mas não para o promover, mas sim, para o rejeitar.   
Os Sentimentos
Sentimentos são reacções positivas ou negativas, discretas e suaves, sobre alguém. Sentimento pode significar: o mesmo que emoção, no significado mais geral, ou algum tipo ou forma superior de emoção.
Aspectos da Ética Social
A Liberdade
Esse termo tem três significados fundamentais, correspondentes a três concepções que se sobrepuseram ao longo de sua história e que podem ser caracterizadas da seguinte maneira: Liberdade como autodeterminação ou autocausalidade; a Liberdade é ausência de condições e de limites; Liberdade como necessidade, que se baseia no mesmo conceito da precedente, a autodeterminação, mas atribuindo-a à totalidade a que o homem pertence (Mundo, Estado).
Os defensores da Liberdade humana consideram que não somos apenas o resultado inevitável da situação dada, porque como seres conscientes ao tomarmos conhecimento das causas que actuam sobre nós, somos capazes de realizar uma acção transformadora a partir de um projecto de acção. Deixamos ser passivos para ser actuantes (ARANHA & MARTINS, 2000: 132).
É na acção, na prática que se constrói a liberdade, a partir dos desafios que os problemas do existir apresentam ao ser humano. Todavia, o que é a liberdade? Ou o que é ser livre?
Segundo Nicola Abbagnano (2007: 605) Liberdade é autodeterminação ou autocausalidade, segundo a qual é a ausência de condições e limites. Segundo esta concepção é livre aquelo que é causa de si mesmo (aquele que é responsável por si próprio).
Para Jean Paul Sartre a Liberdade é a escolha que o homem faz do seu próprio ser e do mundo. Daí a famosa frase de Sartre “o homem está condenado a ser livre”.
A Responsabilidade
Ao entender de Abbagnano (Idem: 855) Responsabilidade é a possibilidade de prever os efeitos do próprio comportamento e de corrigi-lo com base tal previsão. Em ética, a noção de responsabilidade é vista de que um individuo deve assumir os seus actos, reconhecendo-se como autor destes e aceitando suas consequências, sejam essas positivas ou negativas, estando o individuo sujeito ao elogio ou à censura.
No entanto, a noção de responsabilidade está ligada à noção Liberdade, já que um individuo só pode ser responsável pelos seus actos se é livre, ou seja, se realmente teve a intenção de realiza-los e se tem plena consciência de os ter praticado.
Há casos em que excepcionalmente o individuo pode ser considerado culapado mesmo de outros não intencionais. Exemplo: quando algo ocorre por descuido ou ainda em casos de consequências não intencionais dos seus actos.    
 
Bibliografia
ABBAGNANO, Nicola. Dicionário de Filosofia. S. Paulo: Martins Fontes. 2007. 
ARANHA, Maria Lúcia de Arruda. & MARTINS, Maria Helena Pires. Temas de Filosofia. Lisboa: Editora Moderna, 2000.
JAPIASSÚ, Hilton. & MARCONDES, Danilo. Dicionário Básico de Filosofia. 3ª Edição. R. Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2001.  

Elaborado pelo Estagiário: Sílvio Almirante. Junho, 2015. Nampula

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