Tema:
A Relação com o Trabalho
1.
Conceitos
Teóricos
O
trabalho é uma actividade importante para o estudo do homem. Actualmente
compreende-se que o homem é trabalhador, criador de formas, fazedor de obras. Em
um sentido genérico, Trabalho “é toda
actividade através da qual o homem modifica o mundo, a natureza, de forma
consciente e voluntária, para satisfazer suas necessidades básicas”
(alimentação, habitação, vestimenta etc.). E através do trabalho que o homem põe
em movimento as forças de que seu corpo é dotado, a fim de assimilar a matéria
(JAPIASSÚ, 2001: 184).
De
acordo com Nicola Abbagnano (2007: 964) “trabalho
é toda actividade cujo fim é utilizar as coisas naturais ou modificar o
ambiente e satisfazer às necessidades humanas”. Por isso, o conceito de Trabalho
implica: dependência do homem em
relação à natureza, no que se refere à sua vida e aos seus interesses (isso
constitui a necessidade); reacção activa
a essa dependência, constituída por operações complexos, com vista à elaboração
ou à utilização dos elementos naturais; grau
mais ou menos elevado de esforço, sofrimento ou fadiga, que constitui o custo humano do trabalho.
2.
História
do Trabalho
2.1.O Trabalho na Antiguidade
Clássica
Na
filosofia grega prevaleceu sempre uma consideração negativa do trabalho. Essa consideração do trabalho é devida a
diversos motivos: concepção platónica do
homem (o homem era somente alma e existia no mundo das Ideias no
Hiperurâneo); exaltação da vida
contemplativa (a alma não foi mais capaz de manter o esforço necessário
para a contemplação e não conseguindo mais ver as Ideias); e a dureza do trabalho (actividade própria
dos escravos).
Assim,
no pensamento grego o trabalho é
definido como “imitação e complemento da natureza”.
2.2. O Trabalho na Idade Medieval
Na
época Patrística e Escolástica, atribui-se ao trabalho um instrumento de
“purificação e salvação”. Todavia, continua-se a considera-lo como uma
actividade servil.
3.
O
Trabalho na Idade Moderna
Um
novo modo de conceber o trabalho desenvolveu-se na época moderna: ele não é
mais considerado como imitação da natureza, mas sim, com expressão da livre
iniciativa humana. Portanto, com o trabalho o homem afirma a sua autonomia.
Assim, o trabalho assume um significado antropológico: serve para formar e
aperfeiçoar o homem.
Segundo
Voltaire citado por Mondin (1980: 194) recordava a todos que desenvolvessem
algum tipo de trabalho, com a finalidade de contribuir para o próprio sustento
e para o bem-estar da humanidade. O trabalho elimina três males: o
aborrecimento, o vício e a necessidade.
Em
termos gerais e de acordo com a Enciclopédia
Filosófica o trabalho é “toda actividade material e espiritual que procura
um resultado útil” (cf. MONDIN, 1980: 194).
Segundo
Battista Mondin (1980: 195) os elementos mais importantes que contribuem para
distinguir o trabalho de outras actividades são três:
· Acção Transitória que
visa a um resultado concreto (intencionalidade do trabalho);
· Uso do Corpo para
transmitir energia (de modo a distinguir a actividade do trabalho reflexivo ou
pedagógico);
· Esforço:
uma acção que implica “esforço e perseverança”.
Bibliografia
ABBAGNANO,
Nicola. Dicionário de Filosofia. S.
Paulo: Martins Fontes. 2007.
JAPIASSÚ, Hilton. & MARCONDES, Danilo. Dicionário Básico de Filosofia. 3ª
Edição. R.
Janeiro:
Jorge Zahar Editor, 2001.
MONDIN, Battista. O Homem quem é Ele? Elementos de Antropologia Filosófica. 5ª
Edição. S. Paulo: Edições Paulinas, 1980.
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